Tuesday, July 20, 2010

O gestor cultural como trabalhador do conhecimento

Margô Ferreira

Foi dito no último parágrafo do texto “Uma definição de Gestão“ do material curricular do curso de Pós Graduação em Gestão Cultural do  SENAC 2010/2 MÓDULO I, citando Drucker: “Trabalhador do conhecimento”  e o autor do texto termina dizendo: “E que se aplica muito bem ao trabalho do gestor de cultura”
Para entender melhor o termo usado “Trabalhador do Conhecimento” de Druker,  busquei maiores esclarecimentos, encontrando nas palavras  de José Guerra, Consultor e Formador Independente em Desenvolvimento Pessoal Organizacional, onde esclarece o termo e descreve um pequeno apanhado sobre as competências do trabalhador do conhecimento, especificamente  do século XXI. Diz ele que devido ao mercado cada vez mais em expansão e sobre tudo, as variações existentes, são exigidas dos profissionais não só do gestor cultural mais também de todo o profissional que pretende emergir em sua profissão, o investimento no conhecimento pessoal. O investimento em si próprio para que este gestor possa ter um leque maior de possibilidades e conseqüentemente maior competências no desenvolvimento e aprimoramento do seu trabalho.
Alguns dos tópicos levantados por Guerra referem-se a:
          Ambição, a vontade de fazer e de mover-se a ação com vista na realidade e na honestidade pessoal .  Boa apresentação apresentar-se de acordo com o que se espera. Capacidade de Aprender,  não se prender a velhos pré-conceitos e estar alerta e disposto a mudança. Desenvolver os Pontos Fortes, ter conhecimento sobre seus pontos fortes e buscar potencializá-lo  e valorizá-los. Empatia, buscar entender o próximo, colocar-se no lugar do outro, ouvir e agir de acordo com a situação colocada. Flexibilidade, agir onde for preciso, estar pré-disposto e se mostrar atento. Gerir-se a si próprio, aprender constantemente, buscar assim que preciso for reaprender e estar ativamente predisposto a mudança.
E ainda fala ele sobre as Habilitações, Intuição, Jovialidade, Knaw – How, Linguas, mobilidade e Marketing, Networking, Otimismo, Persistência, Q.I e Q.E, Relacionamento Interpessoal, Saber se Comunicar, Tecnologias, Versatilidade, World Wide Web,  X – O fator X e o  Zelo.
O termo Trabalhador do Conhecimento é um conjunto de idéias para o autoconhecimento, reciclagem e aprendizado de novas e velhas habilidades para proveito da gestão pessoal e conseqüentemente do melhor desempenho de sua função.
O Gestor Cultural por trabalhar na maioria das vezes na área da Administração Pública, mas especificamente no Terceiro Setor, as margens das empresas privadas e ainda  dependentes das iniciativas financeiras destas e mesmo do poder público, a que estar muito mais atento a estas indicações de conduta e de habilidades. E é aí que gostaria de citar outro ponto do texto “Uma definição de Gestão” onde diz:

“a responsabilidade primordial de uma empresa é servir os seus clientes provendo os bens e serviços que são a razão da existência empresa. O lucro não é o objetivo principal, mas uma condição essencial para sua existência continuada.”

É de conhecimento popular de que o profissional que opta por engajasse no Setor Cultural geralmente é movido por valores relacionado como diz Lester:

“altruísmo, compaixão, sensibilidade para com os necessitados e compromisso com o direito da livre expressão... Em particular a iniciativa individual em prol do bem público.

          Observamos que o fator financeiro não é o principal, caso este fosse, seria muito mais eficiente engajasse no Setor Privado. Mas como levar a frente desejos e princípio tão nobres, e ainda assim obter uma existência continuada?
A maioria dos gestores culturais que conheço trabalha com associações sem fins lucrativos, este é também o meu caso. Concorremos com outras inúmeras associações e profissionais liberais, às Leis de Incentivo Público e iniciativas privadas de apoio a projetos culturais. Um dos grandes desafios de nosso setor é desenvolver projetos agraciados que após sua finalização (depois dos períodos de execução e prestação de contas) tenham continuidade e possam manter-se com independência.
Nesse ponto é que se adéqua a relação do Gestor Cultural com o termo “Trabalhador do Conhecimento”. Na busca deste de ações que possam promover seus projetos, arrecadar fundos e administrá-los de forma eficiente, buscando uma transparência em sua prestação de contas e visando uma continuidade de seu trabalho na crescente qualidade para satisfação própria, mas acima de tudo e antes de tudo suprir os anseios e necessidade de seu cliente.



Referências Bibliográficas:
HANSON, Denis, Organização da Cultura. In Uma definição de Gestão, Senac 2010.
SALAMON, Lestir Estratégias para o fortalecimento do terceiro Setor. In IOESCHPE, E. B. 3º. Setor desenvolvimento Nacional Sustentado. 3ª. Ed. São Paulo, Paz na Terra, 2005.
internet
GERRA, José Competências do ´Trabalhador do Conhecimento´ no Séc. XXI, 2007. http://www.psicologia.com.pt/profissional/emprego/ver_artigo.php?id=114&grupo=1 em 15/07/2010 às 21:32h