Foi dito no último parágrafo do texto “Uma definição de Gestão“ do material curricular do curso de Pós Graduação em Gestão Cultural do SENAC 2010/2 MÓDULO I, citando Drucker: “Trabalhador do conhecimento” e o autor do texto termina dizendo: “E que se aplica muito bem ao trabalho do gestor de cultura”
Para entender melhor o termo usado “Trabalhador do Conhecimento” de Druker, busquei maiores esclarecimentos, encontrando nas palavras de José Guerra, Consultor e Formador Independente em Desenvolvimento Pessoal Organizacional, onde esclarece o termo e descreve um pequeno apanhado sobre as competências do trabalhador do conhecimento, especificamente do século XXI. Diz ele que devido ao mercado cada vez mais em expansão e sobre tudo, as variações existentes, são exigidas dos profissionais não só do gestor cultural mais também de todo o profissional que pretende emergir em sua profissão, o investimento no conhecimento pessoal. O investimento em si próprio para que este gestor possa ter um leque maior de possibilidades e conseqüentemente maior competências no desenvolvimento e aprimoramento do seu trabalho.
Alguns dos tópicos levantados por Guerra referem-se a:
Ambição, a vontade de fazer e de mover-se a ação com vista na realidade e na honestidade pessoal . Boa apresentação apresentar-se de acordo com o que se espera. Capacidade de Aprender, não se prender a velhos pré-conceitos e estar alerta e disposto a mudança. Desenvolver os Pontos Fortes, ter conhecimento sobre seus pontos fortes e buscar potencializá-lo e valorizá-los. Empatia, buscar entender o próximo, colocar-se no lugar do outro, ouvir e agir de acordo com a situação colocada. Flexibilidade, agir onde for preciso, estar pré-disposto e se mostrar atento. Gerir-se a si próprio, aprender constantemente, buscar assim que preciso for reaprender e estar ativamente predisposto a mudança.
E ainda fala ele sobre as Habilitações, Intuição, Jovialidade, Knaw – How, Linguas, mobilidade e Marketing, Networking, Otimismo, Persistência, Q.I e Q.E, Relacionamento Interpessoal, Saber se Comunicar, Tecnologias, Versatilidade, World Wide Web, X – O fator X e o Zelo.
O termo Trabalhador do Conhecimento é um conjunto de idéias para o autoconhecimento, reciclagem e aprendizado de novas e velhas habilidades para proveito da gestão pessoal e conseqüentemente do melhor desempenho de sua função.
O Gestor Cultural por trabalhar na maioria das vezes na área da Administração Pública, mas especificamente no Terceiro Setor, as margens das empresas privadas e ainda dependentes das iniciativas financeiras destas e mesmo do poder público, a que estar muito mais atento a estas indicações de conduta e de habilidades. E é aí que gostaria de citar outro ponto do texto “Uma definição de Gestão” onde diz:
“a responsabilidade primordial de uma empresa é servir os seus clientes provendo os bens e serviços que são a razão da existência empresa. O lucro não é o objetivo principal, mas uma condição essencial para sua existência continuada.”
É de conhecimento popular de que o profissional que opta por engajasse no Setor Cultural geralmente é movido por valores relacionado como diz Lester:
“altruísmo, compaixão, sensibilidade para com os necessitados e compromisso com o direito da livre expressão... Em particular a iniciativa individual em prol do bem público.
Observamos que o fator financeiro não é o principal, caso este fosse, seria muito mais eficiente engajasse no Setor Privado. Mas como levar a frente desejos e princípio tão nobres, e ainda assim obter uma existência continuada?
A maioria dos gestores culturais que conheço trabalha com associações sem fins lucrativos, este é também o meu caso. Concorremos com outras inúmeras associações e profissionais liberais, às Leis de Incentivo Público e iniciativas privadas de apoio a projetos culturais. Um dos grandes desafios de nosso setor é desenvolver projetos agraciados que após sua finalização (depois dos períodos de execução e prestação de contas) tenham continuidade e possam manter-se com independência.
Nesse ponto é que se adéqua a relação do Gestor Cultural com o termo “Trabalhador do Conhecimento”. Na busca deste de ações que possam promover seus projetos, arrecadar fundos e administrá-los de forma eficiente, buscando uma transparência em sua prestação de contas e visando uma continuidade de seu trabalho na crescente qualidade para satisfação própria, mas acima de tudo e antes de tudo suprir os anseios e necessidade de seu cliente.
Referências Bibliográficas:
HANSON, Denis, Organização da Cultura. In Uma definição de Gestão, Senac 2010.
SALAMON, Lestir Estratégias para o fortalecimento do terceiro Setor. In IOESCHPE, E. B. 3º. Setor desenvolvimento Nacional Sustentado. 3ª. Ed. São Paulo, Paz na Terra, 2005.
internet
GERRA, José Competências do ´Trabalhador do Conhecimento´ no Séc. XXI, 2007. http://www.psicologia.com.pt/profissional/emprego/ver_artigo.php?id=114&grupo=1 em 15/07/2010 às 21:32h